a última revolução fez-se lenta.
como todas as grandes estórias de amor, demorou.
a última revolução veio sob a forma de canção.
nasceu na soberba e cresceu incompleta, desesperada, esperada.
trago-a comigo.
a última revolução veio sob a forma de canção
num pedaço de arame farpado à volta do coração.
dos confins desse beco escuro trago-a hoje
amparada em fantoches de celofane que, ao meu lado,
fazem a armada de quem vai recolhendo os corpos,
os farrapos, os restos, das batalhas tremidas,
dos empates, das derrotas e das vitórias.
a última revolução não se faz nem se fez.
a última revolução cabe num bilhete de comboio.
aperta-me os atacadores. e vamos.
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