irrompendo o silêncio diz-me o colega da frente:
"...sabes que às vezes os cães ficam presos..." acompanhado de gestos a ilustrar a belíssima imagem.
tento dizer algo à altura. amparar aquela frase. ser solidário na desgraça. não é possível. tento uma expressão facial de alguma surpresa e curiosidade. falho redondamente: sai-me o esgar de comida estragada na boca.
ficam a imagem dos cães em cima daquela mesa durante um bom bocado, como que a flutuar.
de seguida, a impressora toda mijada. imagens a cheirarem-me as calças.
não é possivel afastar tais canídeos verbais.
segue-se novo longo silêncio.
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