quinta-feira, junho 28, 2007

o ávila

aqui há coisa de três anos, por altura do verão, o ávila, cinema entretanto desaparecido, fazia ciclos de cinema a 2 euros o bilhete. era um cinema pequeno. quase familiar. o ecrã com um tamanho de alguns plasmas que vejo hoje na fnac, mas a malta gostava. tinha uma máquina de copos de água (de graça!). era bestial. creio nunca ter visto tanta cinema seguido, nem bebido tanta água. em plena avenida duque de ávila (uma das tremendas avenidas de lisboa)

(pormenor de janela na duque de ávila, de http://lisbonwindows.blogspot.com/)

calcorreávamos eu e a minha amiga, as ruas das avenidas novas para gastarmos os já costumeiros dois euros em filmes de título duvidoso e de origem remota. Acredito hoje que teria uma melhor média de curso se não tivesse passado essas matinês no ávila. Mas por ter passado essas tardes no ávila, acredito hoje, em muitas outras coisas que não acreditaria se tivesse hoje melhor média (por exemplo que era possível ter uma media superior).

O Ávila entretanto fechou ("há dois anos" disse-me a porteira sentada numa eterna mesa do prédio ao lado). Transformou-se em local de culto de igreja cristã com direito a pastor e tudo.

lembrei-me por estes dias do lá visionado dolls. e dos sintomas que este (e outros destas geografias) me provoca.


Dolls















a duque de ávila nos dias que correm
(sem ávila, sem avenida, mas futuramente com metro)


Gente que não cozinha


"Uma fileira de frasquinhos de temperos: manjericão, orégãos, cravinho, cominhos, noz-moscada, pimentas, piri-piri, louro, paprika. Rolhados, tristes de tanta inutilização, ali a carpirem mágoas juntamente com os pratos do armário, vizinhos de cima no prédio dos aborrecimentos.
Ela entupia as amigas com as suas desculpas e incapacidade para cozinhar, que não dava, que as mulheres, hoje, devem despir-se dessa responsabilidade culinária, castradora de emancipações, que no tempo da avó é que os homens se conquistavam pelo estômago. Nunca percebera, porém, que aos homens, tal como às mulheres, se acede pela inteligência, pela sensibilidade e pela beleza, nem sempre por esta ordem, porém eternamente com este conteúdo.
A amiga, num dia em que foi almoçar lá a casa, ao cortar a película de plástico que cobria a tampa dos orégãos para dar sabor e cor à omeleta, tentou fazer-lhe ver que cozinhar não é de homem ou mulher, é de Homem, de espécie. Explicou-lhe que não ter mão para o sal é uma coisa, contudo ignorar que um bife precisa de sal é outra; que não saber usar uma gordura ou não perceber o funcionamento básico dos grelhados, fritos e cozidos ultrapassa pela direita o talento culinário e entra à má fila no cruzamento e no domínio da perspicácia. Grelhar, lembrou, é das mais básicas acções humanas, pré-histórica: pegar em carne crua e deixá-la queimar-se. (...) "

o resto em http://numdiadestes.blogspot.com/

terça-feira, junho 19, 2007

antigamente é que era.

reportagem na tv.

o assunto, a visita ao rural do costume: o isolamento, a população envelhecida, a aldeia.

a pergunta, a de uma reporter embevecida: "e então, como eram as brincadeiras no seu tempo?"

a resposta, a de um velhote:
"os nossos brinquedos eram pontapés no cu, anda cá que te apanho! ou então pega lá esta sachola! vamo lá embora!"



haa..a melancolia...o bucólico...



Jacinto Leite

A última vez que vi Jacinto Leite foi por alturas do liceu.

minto. eu nunca o vi realmente. eu ouvia falar. O Jacinto Leite. fiquei-lhe a saber o nome completo mais tarde: Jacinto Leite Capelo Rego. um esplendor da nomenclatura. o terror dos notários.

recordei jacinto aquando da recente polémica dos recibos com nomes "estranhos", que a PJ encontrou ao vasculhar a papelada dos donativos do cds.

mas recordei muito mais. recordei o seu provável prato favorito. Ensopado Borrego. Claro que se tinha que dizer muito rápido, e quase sonegar e enrolar o Bo de borrego. só assim se tornaria o prato favorito de Jacinto.

e claro nunca poderei esquecer a sua sobremesa: Banana Pêssego. dito com celeridade e lido como pêssegú, transforma-se numa sobremesa de requinte. tal como Jacinto Leite. um homem de corpo inteiro, de apelidos nutritivos, gotejantes. e que gosta de fazer donativos ao cds.

10 anos depois que bom foi rever-te Jacinto. corrijo. nunca te vi. mas caramba ouço tanto falar que é inegável. nome estranho? menus bizarros? personagem filantropa? Tretas da arte e da era. o Jacinto era um gajo porreiro.

há muito tempo.




segunda-feira, junho 11, 2007

hübsche Sachen


a amiga sarah (da cidade onde fazem submarinos)

um dia foi à america e mandou-me esta fotografia.






domingo, junho 10, 2007

hehe

Cyanide and Happiness, a daily webcomic
Cyanide & Happiness

sábado, junho 09, 2007

um coro na finlândia



visualizando uns favoritos que tinha para aqui arquivados, destaco este com menção honrosa.

ou menção com rosa. ou menção melosa.