domingo, abril 13, 2008

temos mesmo que ter liberdade de expressão?

uma nova abordagem à manifestação. esse pulsar de ideiais sociais...


Adeptos de 'tuning' criticam vazio na lei
SUSANA LEITÃO

Adeptos de 'tuning' criticam vazio na lei
Movimento espera publicação desde 2005 A paixão pelo tuning começou com um simples volante, que viu numa exposição de automóveis. A partir daí, "este amor foi crescendo" e Marco Oliveira foi alterando o seu Renault Laguna. "São apenas alterações estéticas", garantiu ao DN. Pára-choques, jantes, interiores e outros pequenos detalhes que fazem toda a diferença. Os custos deste "modo de estar na vida", como prefere chamar-lhe, recusa-se a contabilizar: "Muitos, muitos e muitos euros", admitiu, às gargalhadas. "Agora falta só publicar a regulamentação prevista desde 2005 para que possamos andar legais", reivindicou ontem em Lisboa, juntamente com algumas centenas de adeptos desta modalidade.

A pé - os carros ficaram fora da marcha -, munidos de apitos, faixas, buzinas e até sirenes a imitar as da PSP, mostraram-se confiantes em ganhar a batalha. E não têm dúvidas de que hoje as pessoas sabem bem a diferença entre o tuning e o street racing. "É uma comparação absurda. Não temos nada a ver com esses actos marginais [as corridas protagonizadas pelos street racers] ", defendeu Alexandre Tomás, do Movimento Tuning Legal Já, organizador da manifestação. Entretanto, a União Portuguesa de Tuning garante estar disponível para dar às autoridades informações sobre o tipo de pessoas e os locais onde se realizam corridas. A Ponte Vasco da Gama, em Lisboa, é um dos locais.

O Código da Estrada, em vigor desde 2005, estipula que a transformação das características técnicas dos carros "é autorizada nos termos fixados em regulamento". O problema é que a regulamentação nunca foi publicada, criando um vazio legal e permitindo "a perseguição ao tuning", alertam. "Estamos à espera desde 2005 que a regulamentação prevista para o tuning seja publicada em Diário da República".

E quem pensa que esta paixão é exclusivamente masculina, desengane-se. Que o diga Vânia Domingos. Enquanto conduzia o carrinho de Mariana Janeiro, de 20 meses, gritava com convicção. A pequena adepta ainda andava na barriga e já "sabia o que era o tuning", diz orgulhosa. Em casa ficou o Rodrigo, de quatro anos, também adepto: "Não têm medo nenhum, adoram a música no carro", confessa. Não lamenta os mais de 15 mil euros que gastou no Honda Civic e no Renault Clio que mandou transformar e promete mesmo modificar mais "assim que a regulamentação for publicada. Nem penso duas vezes". A confusão entre quem altera o carro por estética e quem o modifica para ter mais potência já levou Vânia a ser multada "várias vezes. Ainda ontem a Brigada de Trânsito me mandou parar por causa dos vidros fumados", lamenta.

3 comentários:

macciato disse...

muito bom....as etiquetas!

Jota p\ extenso disse...

a coisa até estava a ir bem até ter a maezinha aos berros por cima da criança. claro, não há sitio melhor para uma criança de ano e meio do que uma manifestação com sirenes variadas.

eu até sou solidário, eu próprio faço um tuning ao interior do meu carro com garrafas de agua vitalis e tickets (tiquês) da EMEL espalhados pelo chão.

o vidro fumado n é crime, mas é ilegal. entre fumados, eu optaria pelo salmão.

Anónimo disse...

É verdade, essa coisa da liberdade de expressão dói, mas alguém tem que o fazer. Dói especialmente naquela parte de mim que quase chora a rir com o bom gosto do tunning português: sim, doem-me bastante os maxilares.