(...) o centro-sul de Portugal, em Agosto, não deve ser muito diferente de certas zonas do Texas. O sol forte queima a vegetação para tons de um amarelo pálido. Vejo toda uma seara iluminada pelo calor. As placas que encontramos ao longo das estradas e vilas, estão carcomidas de ferrugem, frequentemente mal pintadas e escritas com erros. Se o material pudesse sentir, diria que estas placas estão num pranto contínuo. Velhas, poeirentas, de luto, as placas rurais têm uma vida dura, intervalada por raros momentos, os breves instantes em que vivem: quando são olhadas. O resto do tempo é passado com os elementos. Vento, insectos, zundapes. Trabalham tractores. Pelas ruas e estradas passam cães abandonados. Pisam o alcatrão quente sem rumo aparente. Por vezes tentam escavar o asfalto, tentando sair do inferno. Os olhos esgazeados. Também se vê camiões na estrada. Muitos estão imobilizados. Formam um quadro impressionante: O sol quente, o monstro de metal parado e um cão passando em volta. Creio que Benavente, Biscainho e Samora Correia (salvaguardadas as devidas proporções e diferenças), não deverão muitas vezes aparentar diferentes cenários, cores, crenças, sensações e sons do que os encontrados em Amarillo, Dallas ou Houston. "
1 comentário:
pois pois...mas além de mosquitos temos também os emigras, q são um tipo de mosquitada q invade as estradas de norte a sul com as suas belas máquinas de matrículas amarelas, acabadas de comprar no stander lá da frâÂnça....carros atulhados de cromados e francius c sotaque luso...uma pérola...também se divertem a fazer uns colombinhos, de vez em quando...
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